quinta-feira, 8 de março de 2012

Das lembranças que eu trago na vida...

.... saudade é uma coisa que eu gosto de ter....
Adaptação da música que serve perfeitamente pr'o que eu quero dizer hoje (que está no coração há dias, mas não tive tempo de postar).
Depois de 21 anos revivi o carnaval na minha amada Corumbá. Sim, 21 anos desde o primeiro carnaval naquele calor que aquece não só o corpo, mas a alma.
Chegar lá foi muito emocionante, mas o caminho foi insuperavelmente alegre. Quando a gente vive num lugar, depois vai embora e pouco volta, é normal que tudo e todos se modifiquem e pouco reste dos sentimentos cavados, ainda mais quando se é adolescente, cheio de transições emocionais. Quem poderia imaginar que a memória guardaria tão nitidamente pessoas, faces, vozes, abraços, depois de 21 anos??
Pois sim, existe e eu sou feliz por ser parte dessa emoção.
Encontrar meu amigo Toufic, vulgo Teco, foi algo que nunca mais vou esquecer, assim como mantive viva as lembranças nesses anos todos que não nos víamos. Lá estava ele, na rodoviária, na correria do dia, só pra me dar um abraço, mal sabe ele (agora talvez saiba) que foi mais que um abraço que recebi, recebi uma enxurrada de carinho e amizade. Vê-lo foi a forma mais gratificante que a vida me deu pra me fazer perceber que é isso que vale a pena. É essa emoção que faz o motor funcionar; Que faz as engrenagens da vida se manterem nos eixos. De que vale tanto tempo se não for pra sorrir quando lembrar de alguma coisa ou de alguém, ou reviver pessoas que nos fizeram tão bem?!
Me emociona saber que pessoas lindas de alma existem. E ele é uma dessas pessoas.
Que se passem mais 21 anos, td bem...faz falta ver, ouvir, abraçar, mas a gente sobrevive a essas faltas....Mas o que faz falta mesmo, que dilacera a alma, é a falta de sentir isso por não ter vivido nem conhecido pessoas que despertaram essas emoções.
...
O carnaval? Nossa, o carnaval não teria sido tão perfeito se não fosse pelo caminho pra chegar até ele.



sexta-feira, 2 de março de 2012

Quanto pesa a sua bagagem??

Dizem que a gente conhece as pessoas na dificuldade né?


É, eu custava a crer que minha ingenuidade era tamanha e continuava a acreditar nas pessoas no auge da alegria e que elas eram sempre assim, boas, sinceras.

Mas a vida ensina, isso eu sei, mas dói saber que pessoas que eu amava tanto tratem, ou destratem, de forma bruta coisas do coração.

Fico remoendo lembranças e entrando nos buracos das relações pra ver onde está o erro, onde foi que tudo se perdeu, onde foi que eu deixei escapar alguma coisa ou falhei ou permiti...

É uma busca em vão porque eu, ingênua de novo que sou, acabo sempre achando tudo bom, tudo possível de ser melhor, otimista que dá raiva as vezes. Daí eu fico assim, com o olhar perdido rastreando esses vãos, sem muito sucesso porque mesmo triste e percebendo que não é assim que as coisas são, eu ainda sinto uma coisa aqui dentro da alma que não me deixa desacreditar no amor, nas pessoas...que burra, meu Deus, como pode ser tão burra??

Tá ali, escancarado que não tem mais jeito, que nunca (e essa palavra pesa toneladas nessa hora) vai mudar. Por mais que o amor tenha sido despejado, jorrado, banhado, entupido no outro ser...não vai mudar porque seu coração não foi atingido, há um muro de concreto forte, daqueles paredões, uma muralha da China que impede que o outro veja, receba, sinta tudo que foi feito pra se tornar simplesmente bom, leve, tranquilo, sem dor...

E mesmo quando não tem mais jeito, eu insisto em demonstrar o bom sentimento que pode ficar de lembrança, não precisa ser um final ruim, não precisa ser de raiva, ódio e desprezo, não faz sentido ser assim, mas de novo a surpresa, nem todo mundo quer isso, nem todo mundo prefere ter a paz das melhores lembranças....Eles estão errados?? Não, sim, talvez, não sei. Cada um sabe o que é melhor colocar na sua bagagem, o peso da mágoa ou a leveza do amor....não cabe a mim julgar esses seres. Da minha bagagem sei eu, e só!

Me resta o que? Um choro, um suspiro, uma tristeza remota, uma esperança...? Me restam várias coisas e ao mesmo tempo não me resta nada, porque não tem mais o que fazer, a escolha foi feita por quem quis assim.

Aqui fica então, apenas um lamento.

Livre-arbítrio: o sm. Capacidade individual de autodeterminação [PL.: livres-arbítrios]