sexta-feira, 27 de julho de 2012

Papo de jacaré!

Minha mãe diz que quando eu era pequena e ela me colocava de castigo (e isso quase nunca acontecia...rs..), ela me esquecia lá no cantinho porque eu ficava “quieta”, brincando com os dedos dos pés, das mãos, com os pés da cadeira, conversado com os buraquinhos da parede e até com os bichinhos no chão.

Fiquei imaginando a cena....

E lá eu ficava ate ela perceber que a casa tava silenciosa demais e quando ia me tirar do castigo, me via num estilo “to nem aí”....

Bom, to contando isso porque eu ainda preservo essa mania de falar sozinha, mas eu falo mesmo sozinha, em qualquer lugar...inclusive andando na rua ou nos corredores do meu trabalho, no carro então..vixe. Tanto que eu já cheguei a bater boca com meus eus.....ninguém saiu ganhando, mas tive uma ótima experiência interior.

Eu realmente falo, falo pelos cotovelos, pelas mãos, pelos olhos, pelos poros, falo até ....

Uma vez eu ia encontrar com minha irmã num barzinho e ia chegar antes, daí falei pra ela: “poxa, mas eu vou ficar lá sozinha???” E ele me respondeu: “Até parece que isso é problema pra você, você fala até com a parede....”

É, mas mesmo sendo assim faladeira falante...as vezes também fico calada, gosto de um silencio ... até mesmo pra ouvir melhor....porque as vezes a gente fala tanto e não tem tempo de ouvir, de escutar o que tá ali dentro da gente...e o que disseram em algum momento pra gente...

Confesso que dura pouco, menos do que o falatório, mas é bom...faz bem.

Nesses silêncios eu também já ouvi algumas coisas que não gostaria, que são difíceis de admitir...mas revi e acho que aprendi muito.

Faz um tempo que não brinco de vaca amarela comigo mesma, pelo contrário...dia desses eu estava descendo pelas escadas (não gosto de elevador) e rindo de uma conversa pessoal minha comigo, a porta de um dos andares abriu, cruzei com uma moça que realmente não entendeu nada, só riu...e eu ri, continuei rindo e lembrei de uma música que o Ney Matogrosso canta: “mas louco é quem me diz, que não é feliz...”


Bem, agora vou indo porque preciso ter um papo sério com uma parte de mim..meu estômago não pára de reclamar..... ;  )

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Café da tarde

Ontem eu estava com meus amigos Marcello e Lillian (quantos Ls...) conversando num final de tarde,pós expediente, tomando um café....nessas horas do dia a gente relaxa e só fala "besteiras", mas até que de vez em nunca temos uns insights interessantes...A gente ri, faz acrobacias de Yoga e pilates e ri mais um pouquinho.
Depois cada um pega sua xícara e vai embora...um vai pra casa, outro pro plantão e outro pra terapia do filho...rs..

É, aí é que eu penso o quanto é curioso o universo paralelo.

Cada um tem uma vida completamente diferente do outro e isso acontece com milhares de pessoas no mundo todo....Quantos Marcellos, Lillians e Márcias se reunem num final de dia pra bater um papo informal, depois vão pras suas vidas e têm experiências e sentimentos misturados.

"As vezes eu me deparo olhando em cada rosto, cada um tem seu mistério, seu viver, sua ilusão"

De repente me dá uns estalos e fico observando "as gentes" nas ruas, nos pontos de ônibus, na sala de espera do consultório e em vários lugares por onde passo e penso: Meu Deus, cada pessoa tem um mundo tão seu, uma vida, sentimentos, problemas, alegrias e tristezas...como será a vida dessas pessoas??

E isso me levou a quase não dormir a noite porque me agarrei num pensamento ruim, é, confesso, nem sempre eu tenho pensamentos bons, felizes. Fiquei pensando no quanto a vida é passageira e louca. Conheço um tantão de pessoas...e isso um dia deixará de ser....eu deixarei de ser eu, minha casa, meus amigos, minha gata, minha família....tudo isso um dia não será mais, a gente morre...e por mais que eu acredite em reencarnação, vida pós morte, elo cármico...puxa...fiquei triste de saber que um dia não será mais nada disso.
As conversas no final do dia com os amigos....acordar com a gata fuçando no meu nariz....ouvir a voz do meu filho ... estranha sensação de vazio...de efemeridade...

Fiquei triste porque amo essa vida e de pensar que na próxima terei que começar tuuuudo de novo.....e será mesmo isso? E se for, como será??? Uma noite dificil, mas que me fez dar valor à vida. Deixar de ser pequena em muitas coisas e pensamentos, pra ser feliz...feliz por nada!