segunda-feira, 16 de junho de 2014

Bolinhas de gude

Era mais fácil quando a única preocupação era sair na rua pra jogar bolinhas de gude...

De repente a gente olha pra trás e vê que o tempo passou rápido demais, as brincadeiras pueris já não fazem mais parte do nosso dia-a-dia e, quiçá existem entre as crianças de hoje em dia.

Os celulares abduziram nossas crianças. Os tablets seduziram nossos jovens...mas será que são apenas eles??

A corrida contra o tempo é medonha....chega até a ser engraçado a programação maluca que cada um faz pra conseguir um respiro a mais...subir, respirar, dar a braçada. Uma dança muitas vezes desritmada, outras tão bem ensaiadas que dá até dó de tão perfeita, e nada surpreende.

Gosto da minha vida de menina, de abrir o baú e ver quanto eu aproveitei, sinto falta das marcas de tijolo nas mãos, desenhando as amarelinhas no asfalto...sinto falta dos pés imundos e cheios de arranhões nos joelhos, meu Deus...eu era um moleque!

Gosto da minha vida de mulher, de olhar pro lado e ver que tem tanta felicidade me abraçando, tanto amor me enfeitando os cabelos e plantando em mim esperanças de que cada dia vale a pena..mesmo na dança louca das horas, mesmo no mergulho ensandecido, mesmo nos sobressaltos das tecnologias me tirando olhares...

Gosto dos meus quintais

Gosto das árvores que plantei na memória de menina, e queria, juro que queria, mais tempo pra jogar bolinhas de gude, de gritar donatis, de sair correndo pra bolinha não cair no bueiro e depois entrar em casa e tomar banho, jantar e dormir.