segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Túnel do tempo

Quem vive de passado é museu.

Ter lembranças é mais do que natural e saudável, principalmente quando são boas, mas fazer com que elas venham à tona frequentemente, com ar de saudosismo, é sinal de que algo no presente não está satisfatório.

Todo mundo tem uma história que deve ser respeitada, relembrada, curtida...mas estranho muito quando percebo que tem gente que toca sempre o mesmo disco, parece que não tem mais o que falar ou que não tem vontade...Parece que as coisas atuais não são tão boas, e lembrar o passado é o que une as conversas.

Ninguém é imune a passado, graças a Deus.

Pra chegar até aqui, eu passei por ali e acolá, fato. Mas cuidado....se você lembra com frequência das coisas que passaram e fica pensando o quanto foi bom...pode estar perdendo as coisas boas do agora.

Ao encontrar ou conversar com alguém que há muito tempo não vejo, é comum que as lembranças venham, as bagunças de escola, as farras de baladas, as diversões e etc...Mas se isso se repete com pessoas que tem fácil acesso no dia-a-dia...
Pra que ficar falando só de passado?
Deixa a vida chegar. Se a gente viver o hoje, hoje...amanhã teremos o que lembrar...mas se a gente vive o ontem, hoje...teremos apenas ontem...

As coisas acontecem numa fração de segundos. A vida passa como num piscar de olhos. Quando a gente percebe, já temos 40 anos e se eu fosse viver pensando no quanto os 20 foram bons...o que eu teria hoje de motivo pra sorrir?

Respeito tudo que já vivi, falo com gratidão tudo pelo que já passei, mas não me apego, não giro minhas conversa no que já foi, mesmo que tenha sido fantástico.

Falar só de passado, é carência do presente e medo do futuro!


Recordar é viver.....mas se não viver...não terá o que recordar.


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Solidão é lava que cobre tudo..

E o que é solidão?
Solidão, pra mim, é olhar pro lado e mesmo vendo alguém, perguntar: o que eu estou fazendo aqui?
Solidão, pra mim, é estar rodeado de barulho, risos e tilintar de copos e pensar...o que eu to fazendo aqui?

Será que alguém é mesmo feliz sozinho?

Será que num determinado momento da vida o vazio não vai fazer eco?

A falta de filhos, a falta de cuecas jogadas no quarto, a falta da dentadura da mãe ou do pai na pia do banheiro.

....Precisamos mesmo de alguém pra ser feliz?

Será que no fundo, quando alguém diz que não precisa de ninguém pra ser feliz, está sendo sincero?

Tem diversas perguntas que pairam no ar quando se fala do comportamento humano em relação à solidão...a ter ou não alguém.

Eu aprendi desde muito cedo, que a gente precisa ser feliz consigo pra depois ser feliz com alguém.
Que conviver com seus próprios medos, manias, gostos, defeitos e chatices, te dá sustância pra se relacionar com tudo isso dos outros.

Tem gente que leva isso ao exagero e fica tão egocêntrico e narcisista que perde o sentido do exercício de se aceitar pra se tornar “só eu sou bom”, “não preciso de você”...essas pessoas normalmente, são as que mais precisam.

Vejo pessoas com sentimentos sem par....que estão bem, que conseguem aceitar que não precisam de alguém pra ser feliz, mas querem alguém pra agregar emoções;
Vejo pessoas com sentimento em par...que estão cheias de planejamento pra seguir em dupla.
Mas também vejo pessoas com e sem par, que queriam estar em outro lugar...
                                         solidão acompanhada é sempre a pior.

Acho tão injusto com o outro, quando um já não deseja a companhia e se sente só, mas não tem coragem de seguir sozinho.

Solidão é um assunto que incomoda....Uns vão defender, outros vão abominar, outros não vão entender.

Eu gosto de ficar sozinha às vezes...bem poucas vezes...pra arrumar uma coisa, ou pra arrumar um pensamento...eu gosto da minha companhia quando estou sozinha, mas gosto mais de mim quando estou com quem amo.

“Solidão não é o mesmo que estar desacompanhado. Muitas pessoas passam por momentos em que se encontram sozinhas, seja por força das circunstâncias ou por escolha própria. Estar sozinho pode ser uma experiência positiva, prazerosa e trazer alívio emocional, desde que esteja sob controle do indivíduo. É o estado de se estar sozinho e afastado das outras pessoas, e geralmente implica numa escolha consciente. A solidão não requer a falta de outras pessoas e geralmente é sentida mesmo em lugares densamente ocupados. Pode ser descrita como a falta de identificação, compreensão ou compaixão.”




quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Amor não tem custo

É impressão minha ou realmente estão desvirtuando o que o amor significa. Eu to dizendo do amor casal, relacionamento sério, compromisso.
Quando duas pessoas se amam, assumem certos compromissos e fidelidade, pra mim, é primordial.
Acabei de ler um texto que me deixou meio confusa e depois indignada e depois puta da vida e depois li repetidas vezes pra ver se tinha entendido errado,e  li os comentários e realmente se tratava de um texto que, na minha opinião, vulgariza o sentimento.
Isso me revolta porque a gente custa tanto a acreditar que as pessoas são boas, que homem não é tudo safado, que mulher não é tudo piranha, de toda realidade que presenciamos no dia-a-dia, eu particularmente trabalho com homens em sua maioria, escuto cada absurdo que me enoja, conversas tipo de boteco falando que a mulher é isso, aquilo e a outra e que homem (isso entre os próprios) não são fieis nem nunca serão e que isso era normal, nisso senti o olhar se voltando pra mim como quem diz: isso serve pra você mocinha. Sem dirigir-me a palavra e sem que eu nem estivesse na conversa.
Fico com muita, mas muita raiva quando escuto sobre isso.
E hoje li esse texto e fiquei mais ainda porque a gente constrói, sim, um amor ideal, a gente quer um amor assim, sem hipocrisia de achar que alguém seja perfeito, mas o amor é um sentimento tão desejado que a gente acaba querendo mesmo que seja perfeito. E é, amor é perfeito, o que não é são as pessoas e dentro de um nivel aceitável de imperfeição, as relações se constroem e cada um que está ali envolvido se constrói junto e tenta fazer o melhor pelo outro,..isso sim é NORMAL, Traição não é normal...é desrespeito.
Ok, alguns vão dizer, como já ouvi nessas idiotices, “quem disse que tem que ser fiel; onde está escrito que não pode sair com outras pessoas?”
Oras bolas, que seja uma regra social, mas é assim que funciona, é assim que se constrói e se vive feliz. E onde está escrito que pode sair traindo??
Hoje em dia talvez as pessoas não precisem de alguém pra ser feliz, ok, eu entendo, não concordo mas entendo. Mas se alguém se compromete em assumir um relacionamento, sabe quais são as regras entre aspas.

“Pensa-se no amor como se ele nunca mudasse. O amor é uma construção social, e em cada época da História ele se apresenta de uma forma. O amor romântico, pelo qual a maioria de homens e mulheres do Ocidente tanto anseiam, é calcado na idealização. Não é construído na relação com a pessoa real, que está do lado, e sim com a que se inventa de acordo com as próprias necessidades.

Então me diga, se o amor não é construído com a pessoa real, com quem ele é construído? Com o personagem Jack do filme Titanic?
Sim, construímos nosso amor com pessoas reais...a não ser que sejam pessoas superficiais. Eu sou real, eu tenho uma vida de rotina puxada, eu tenho problemas, eu tenho loucuras e surtos e o homem que está comigo, o meu amor, aceita, ajuda, compartilha e vice-versa...não somos reais?? Eu não o construí conforme minhas necessidades, eu o encontrei conforme os meus valores se identificaram com os dele. Isso é real!

“Acredito que quem ama de verdade pode se interessar por outra pessoa — afetiva e sexualmente. Acontece o tempo todo, mas a maioria das pessoas parece preferir fazer de conta que isso não existe.

Eu não acredito nisso..quem ama, mas ama mesmo, não se interessa por outra pessoa. Pode até admirar, pode até achar bonita ou bonito, mas daí a se interessas afetiva e sexualmente por outra pessoa, não. E se sim, por favor, avise, vá viver isso antes de trair o parceiro, não é justo, não é correto e muito menos aceitável. Pra mim não.
Eu não sou moderninha pra isso.
Meus valores e conceitos de amor, são muito diferentes e fiquei até feliz de ler tantos comentários desaprovando do texto. Homens e mulheres defendendo o amor fiel, o amor romântico, o amor de parceria, de respeito pelo sentimento do outro, pela dignidade do outro.
Trair é muito mais do que transar com outra pessoa, trair emocional, afetiva e sexualmente agride muito mais do que o corpo, agride a alma. Machuca e transforma negativamente o outro.
Mesmo que um dia se supere essa traição, deixará marcas, e quem é você pra ter o direito de fazer isso com outro?? Quem te deu o direito de sair maltratando, humilhando e envergonhando outro?
Sim, humilhação, orgulho ferido...é muito mais do que carnal.
Quem ama, não trai.
Se chegar ao ponto de desejar outro e querer de todo jeito realizar esse desejo, sai fora primeiro.
Acho que todos temos instintos, mas também somos racionais pra perceber que não se brinca com o sentimento de outra pessoa. Que isso, mesmo sendo uma regra social como muitos consideram, é uma regra de comum acordo e se você concordou com isso...foi uma escolha. Honre sua escolha.



http://reginanavarro.blogosfera.uol.com.br/2014/08/12/o-custo-do-amor-romantico-2/


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Quando a voz cala

Triste triste triste.

Meu coração está bem triste pela perda de um ser humano que sequer conheci e nem teria a chance de conhecer. Difícil eu me lamentar por perdas de artistas, mas dessa vez eu senti muita tristeza de ver que o ator Robin Willians morreu.

Acho que, mais por estarem cogitando suicídio, depressão...as causas serão eternamente um mistério, apesar de logo logo declararem a causa mortis devido à necropsia.
Enfim, me entristeceu o coração de ver um artista que alegrava tanto, perder a vida num instante.

Eu passei por uma depressão, eu sei o quanto é difícil você não ter vontade de levantar da cama, escovar os dentes, comer, trocar de roupa..
Eu sei o quanto é difícil ouvir das pessoas “levanta, você tem que reagir” quando a gente só quer mesmo é que tudo se resolva como num passe de mágica.

Claro que não é comparável a minha com a dele, que o levou a um ato desses, mas a verdade é que, em maior ou menor grau, depressão é algo que não se cura com uma varinha de condão.
A gente ouve, agradece, tenta, mas algo maior te segura pra baixo.

Lembro de ouvir diversas vezes que aquilo era frescura e desejava que a pessoa sentisse um mínimo possível pra tentar entender o que se passava dentro de mim.
Não sei se existe frescura nesses casos, o meu não era.

Depressão pós-parto é uma das coisas mais loucas que já senti. Era o amor pelo meu filho e o desamor por tudo ao redor, inclusive por mim.
Diagnosticada pelo médico, prescrita a receita e ainda assim, não ter apoio de muitos.
Colocar meu filho pra mamar no peito e ao mesmo tempo puxar os próprios cabelos e chorar desesperada querendo que aquilo passasse. Uma mistura de culpa e desespero por sentir algo que não deveria afinal, era meu filho.

Sem churumelas, nem vitimização, mas o fato é que a sensação era horrível por diversos motivos e culpa, era um deles.
Culpa por não estar feliz, mas eu estava...claro que estava. Uma impotência emocional avassaladora.

Com o passar dos dias e o pijama quase virando uma segunda pele....a fé foi me tirando dali daquele fundo de poço.
Comecei a sair da inércia....do ostracismo e fui procurando respirar de novo.
Um processo lento, dolorido, cheio de rupturas que me trouxeram a tona.

Uma pena alguém chegar onde esse ator chegou. Mas com isso não se brinca, não se zomba nem se faz de conta que não existe. Eu pedi ajuda, tive de quem precisava ter, e de remédios receitados devidamente. Eu tive fé não sei de onde e consegui.

Não sei se todos passam pelo mesmo processo, não sei se todas as depressões (se é que tem diferentes tipos) são dessa forma, mas a sensação é horrível.

(suspiro)...triste, triste, triste.
Que ele encontre o bom caminho.

E que aqueles que sintam a depressão, consigam pedir ajuda...e aos que forem solicitada a ajuda...ajudem!