Engraçado, parece que as pessoas gostam de ver as reações
mais agressivas dos outros...
Minha fase bocuda passou, ficou lá até meus 20 e poucos
anos...depois que meu filho nasceu, eu realmente comecei a amadurecer certas
coisas e passei a aceitar melhor os defeitos alheios, reações e
comportamentos....e agora não é qualquer coisa que me faz ser sarcástica, hostil,
intolerante.
Mas sim, tenho meus momentos de fúria.
O que me espanta é ver que quando esses momentos vem a tona,
as pessoas parecem que torcem pra que o pau da barraca seja chutado.
Reações de tolerância, de compaixão, que demonstram caridade
com o próximo, não despertam interesse, mas as que tocam o foda-se, sim. Essas
geram uma euforia, uma:
UAU! Aí, sim! Uhuull, bota pra quebrar... que me
espanta.
Uma certa inversão de conceitos, de valores...a gente não
aprende que deveria amar ao próximo? Independente da religião, isso já é um
certo valor impregnado desde que nascemos...a gente escuta isso na escola, nos círculos familiares...será que é tudo só balela? Papinho de máquina fotográfica
pra ficar bonito na foto??
No fundo, no fundo, o que o povo quer é ver o outro se
exaltar, xingar, explodir em ódio (e demonstrar, é claro).
Recentemente publiquei uma reação dessas de foda-se o mundo,
tô de saco cheio de certas coisinhas...
(risos e suspiros).... fiquei assustada e preocupada com o
“apoio” recebido...acho que ser bom (e não bonzinho) passou a ser uma
caricatura de quem é idiota, de quem é
pamonha, de quem é passivo, não tem atitude e opinião...quando na minha verdade
de vida, deveria ser sinônimo de solidariedade, respeito, e até vontade de
ajudar aquele que não consegue agir, sem reagir.
Ainda livre de religião, mas preso na fé, acredito que Ele
deu exemplos infinitamente superiores de como não usar da vingança, da raiva e
do ódio...que o amor é o bem maior.
Que não seja pelo outro, não sou hipócrita pra dizer que vou
amar quem me fez mal, mas o amor por mim mesma, porque o veneno do sentimento
de raiva, quem toma...sou eu.