quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Dois panos de chão e um todynho!

Levantei cedo, uma hora mais cedo, e fui malhar. Claro que a ideia é ficar sarada, mas no meu caso, também foi por outro motivo...Banho!

Sim, a cidade, o estado, o país está vivendo o caos da falta d’água.....
Chego do trabalho a noite, não tem água. Saio de manhã pra trabalhar, não tem água.
Não, eu não fico sujinha e fedida, eu tomo banho, nem que seja de canequinha, mas as alternativas atuais tem sido casa do noivo, quando tem água, ou academia.
Tentei unir o útil ao agradável. Se vou pra casa do noivo, mato a saudade, se vou pra academia, fico sarada.

Foi assim que hoje pela manhã beeeem cedo, resolvi ir malhar. Me troquei, tênis no pé, banana amassada com mel e farinha de aveia, café, leite, mochila com roupa pra trabalhar...uma olhadela pela cozinha, um check list rápido pra ver se não esqueci nada...ok...5h30 tô saindo....vruuummm vruuummmmm

PQP!

A toalha...tava longe, não dava pra voltar. A toalha que sempre fica na mochila, não ficou dessa vez, tirei pra secar e esqueci de recolocar...e agora?
Me olhei e pensei..não dá pra me enxugar com a roupa de malhar..além de não ser boa pra secar, estará suada.

Papel!! Papel toalha...Nossa, quantos eu vou gastar? Vou lavar o cabelo!!

Tomar banho no hospital...não dá, não tenho essa facilidade de bate pronto, precisaria pedir antes, ver se pode, se não pode...

Algum mercado aberto no caminho? Um posto com AM/PM? Um Pet Shop...sempre tem algo pros pets...

Nem liguei o rádio pra não atrapalhar os pensamentos de como fazer pra me secar.

E lá fui eu...e agora??? Ficar pulando até secar? Não..não dá...Bom, na pior mesmo, usar a roupa suada, fazer o que?

Cheguei, a academia tava abrindo ainda e vi uma luz acesa na porta ao lado...olhei, olhei e... BINGOOOO!

Um mercadinho, desses bem mercadinhos mesmo. Pensei: bom..uma toalhinha de rosto deve ter. Bora lá.
.........
Não...nada de toalhinha, nem de mão, nem de rosto...
 ..................
  
- Moço! Tem pano de chão??
- Tem, ali em cima, perto dos sacos de lixo e produtos de limpeza.
- Achei!

Dois panos de chão e um todynho, pra não ficar chato né? Quem compra pano de chão as 06h00 da manhã? Peguei um todynho pra disfarçar.

Vou te dizer, ou a necessidade faz o ladrão, ou realmente os panos são bons!






sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Alma escrita

Tem coisa que só sai da gente por escrito...

Não adianta tentar sacudir, virar de cabeça pra baixo, dar tapinha ou tapão nas costas, usar da metodologia do choque, do castigo, do susto...pelo menos não pra mim.
Não funciono...travo...o lábio afina (dizem)

E cala tudo...não pra tudo.

Tem vezes que sai, gaguejando, mas sai. 
E não por medo, não por não saber o que dizer, não por não ter conhecimento de causa, não por não saber dizer...mas porque a emoção é mais rápida do que a boca, as palavras atropelam, embaralham.

Sei defender cada poro das minhas ideias...mas as vezes, não sei dizer.

Assim como sei defender todos que amo, sou boa de briga, se machucar alguém “meu”, eu machuco dez vezes mais...engraçado é que nem sempre consigo aplicar isso pra mim, ainda mais quando quem cutuca, é quem eu amo.
Deixo cutucar...não sempre.

Como dizia uma amiga de juventude: cara, eu não sei “brigar por mim” como você briga (por ela).

E de não saber e quando saber por mim...tem coisa que só sai por escrito.

Tem coisa que jorra...tem coisa que faz sentido...tem coisa que faz rima...tem coisa que só eu entendo...tem coisa que ninguém – nem eu – entende, tem coisa que gente alguma faz ideia.

Meu sangue esquenta, meu pavio encurta, minhas gotas se tornam rios, minhas ondas se tornam tsunamis....Eu tenho enchentes que podem ser devastadoras, não dispenso uma chuva.
As vezes eu absorvo a água...bebo ou me refresco, ou guardo em baldes....outras vezes eu desperdiço...

E uso a licença poética pra dizer coisas que só por escrito saem de mim.

A verdade é que não me importo com o que dizem sobre mim, porque de mim tem coisa que só sai por escrito...quando eu quero escrever.




segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Sobre as águas do Rio Paraguai

E meu coração mais uma vez teve sobressaltos de tantas emoções.

A poeira levantou nas estradas

Meu olhar por várias vezes se perdeu naquele horizonte repleto de infinito

Os tons de verdes, marrons...

O por do sol....as estrelas tão longe, mas tão perto

A cada quilômetro percorrido indo, um suspiro.

E foram águas e peixes, e foi calor, e foi beijo e foram risos até chegar ao paraíso...meu pedacinho de chão...onde eu deixo as porteiras da minha paixão pantaneira, abertas...escancaradas pra tantos encantos.
Meu Deus...como aquilo tudo é lindo!

Quanta fartura de emoções.

Quanta alegria que me dá toda vez que piso aquele chão Corumbaense.

E fica muito mais bonito quando tenho comigo o amor da minha vida, andando de mãos dadas pelo porto, pela beira do rio, pelo Zé Leôncio navegando o Rio Paraguai.
Quando olho pros lados só vejo amores...da família, de amigos...dos que vi e dos que não vi, mas que sei que também amam aquilo ali.

Voltar é tão difícil...mas tão importante quanto ir.
Eu deixo sempre pedaços e costuro meu coração com a linha mais forte que pode existir e entre linhas e agulhas, remendo uns tecos dos que ficam acenando do portão, desejando-nos boa viagem.


Começo o novo ano assim, despindo minha alma para sentimentos tão nobres e tão enraizados. 

O corpo cansado, mas a alma renovada. O amor ratificando cada vez mais as belezas do destino.