quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Fobia

Eu já sabia desde sempre, que não gostava de ficar em lugares fechados....elevador é um monstro pra mim.

Prefiro escada, mas quando a preguiça bate, eu subo...mas sempre desço pela escada.

Hoje o elevador travou  umas vezes...eu já fiquei meio assim, ressabiada.

Outra hora estava cheio demais...fiquei meio assim, sufocada.

Depois travou de novo e quando a porta abriu finalmente, eu desci...desisti...

Já fiz alguns exames de ficar dentro daquela máquina imensa ....passei mal, bem mal...tão mal que apertei a perinha que eles dão pra gente, se passar mal.

Mas fiz, rezando pra que fosse rápido e eram arcos grandes, mas hoje...rapaaaazzzz....não deu, não.

Fui fazer a bendita ressonância magnética.....não fiz.

Não consegui. Eu vi a máquina, o arco pequeno e meus instintos loucos ficaram aguçados: “isso não vai dar certo”..”você não pode ser tão frouxa, Márcia Resk”

Entrei...o enfermeiro gentilmente conversou comigo, me deu o protetor auricular, me deu o cobertor e disse durar uns 30 minutos...pronto, deu merda. “Tudo isso????”

Me deu a perinha.....”pode apertar se precisar”...

Eu fechei os olhos pra não ter a impressão de sufoco, prometi pra mim mesma “não abra os olhos...não abra os olhos....”

Mas é inevitável...eu abri...eu abri e foi ladeira abaixo. Apertei a perinha, apertei, apertei e nada de alguém me salvar.

Apertei de novo e de novo e chamei pelo "moço...moço...moço...me tira daqui".

Bati na parede do arco e sacudi os pés...ele apareceram e me resgataram daquele monstro que estava me devorando.

Que vergonha.

Me senti tão mal por tudo, pela fobia, pela vergonha, pela necessidade de fazer e não conseguir.... não consegui.

Eu tenho poucos medos na vida....mas esse é pavor. É a pior sensação que já senti...não consigo...nem a dor que me levou até lá para fazer o exame, é tão maior que esse medo.

É desestruturante...minha pressão caiu, meu coração disparou, minha cabeça rodou, e as lágrimas escorreram, meio tímidas, mas não consegui segurar.

Eu sei o quanto pode parecer ridículo, mas é arrebatador o medo que se instala.

Vamos de anestesia amanhã.


http://www.tratamentodaatm.com.br/tenho-medo-de-fazer-ressonancia-magnetica/comment-page-5/#comment-4017

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O sal da alma

É um vazio


Um oco



O silêncio



O soco na boca do estômago



A boca que grita o grito surdo



Que entala e trava a alma



Que fecha os poros e abre as feridas...



Lava com sal.



Que pinta e borda na tela que era colorida...



Os vários tons de preto e branco.



Redesenhando a história...



No tropeço do destino



Onde o final é só um, e inevitável.



A morte nos levando pra outra vida.


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Um gato chamado Dog

A vida da gente vive em constante mudança – (eu sei que disse vida vive...era isso mesmo que eu queria dizer).
A gente programa, mas nem sempre sai como planejamos.
E nem sempre isso é ruim....só é diferente.

Eu tava bem de gato, ou melhor, gata. A Brook é uma gata sistemática, brava, ciumenta e meio doida da cachola...mas .... Felipe cismou de querer outro gato...PRA QUE??? Me diz?
Pra ser mais legal...sei lá.

E lá fomos nós, sabendo dos riscos, porque a Brook realmente é brava e ciumenta.

Assim, fomos até a feira de adoção e não tem jeito, mesmo querendo um gato preto, ele se apaixonou pelo gato ruivo miento (eu que inventei, pode dizer tsc tsc tsc)

No colo por 5 minutos...10....15....ok, vamos embora com o gato.

E como ele vai chamar, filho?
Dog
Como?
Dog
Mas...
Sim, Dog é cachorro em inglês, mas ele vai chamar Dog.
Tá, mas...
É Dog, mãe.
Tá bom.

E assim ele entrou em nossas vidas.

Sem esquecer que o mundo precisa de muito mais ajuda do que só adotar um gato, mas saber que algo bom foi feito, me deixa feliz.

Felipe agarrado no bicho, dorme, alimenta e cuida como foi prometido.

E a Brook?

Rsrsrs...a Brook, como qualquer outro gato que sente que invadiram seu território, está arisca, fica arrepiada, perto do gato virou gigante e ele fica estatelado quando ela está passando, congela....rsrsrsrsr

Mas isso leva algum tempo ainda pra passar, nada anormal, se bem que, em se tratando da Brook, talvez demore mais um pouquinho...

A vida foi reprogramada.

Um gato chamado Dog entrou pela porta dos nossos corações.

Um lindo gatinho ruivo e miento que pula como pipoca quando a gente entra em casa, depois de um longo período de solidão.

Que anda de lado todo ouriçado querendo botar banca de bravo e que vai nos atacar a qualquer momento.

De olhos azuis esbugalhados que parecem dizer: obrigado por me adotarem.

Um gato chamado Dog.

Um carinho do tamanho de um leão!


mini gato...e a gigante

Mãe!!! Nossa 1ª selfie!

Ahhh eu tô feliz com esse colo