quinta-feira, 20 de julho de 2017

Um mantra de amor


Quando a gente tem filhos, nossas referências mudam, nossos atos e posturas passam a 

ser vigiadas e tudo, absolutamente tudo que fazemos se reflete e até compromete neles.

Mas quando o assunto é sentimento, nossas tristezas perdem a potencia diante de uma 

tristeza deles.

Assim como nossas alegrias se elevam a enésima potencia quando eles estão felizes. 

Deixamos de ter nome próprio pra ser a mãe de fulano, o pai de ciclano.

A dor de um filho, física ou emocional, atinge nossos corações como uma flecha. Mas o 

paradoxo dessa dor, é a força que nos toma o corpo todo, querendo fazer algo pra que ele 

se cure.

Eu confesso, muitas vezes achei que não fosse capaz de conseguir resistir aos momentos 

de tristeza pelos quais ele passou e ainda passa.

...meu filho tem os olhos mais expressivos que eu já vi nessa vida. Eles são, pra mim, 

literalmente os espelhos de sua alma e ver seus olhos tristes.....e não tristes porque não 

conseguiu ganhar um brinquedo, mas tristes na alma....é de uma dor descomunal.

É tão latente.... me enfraquece, mas me fortalece.....me desespera, mas me concede a fé, 

a fé que eu tanto prezo em mim, que propago...

Ver seu esforço pra não demonstrar a tristeza pra não me magoar....me emociona, mas eu 

vejo, olhando em seus olhos tão lindos, que ele suplica ajuda, que ele precisa de mim 

mesmo querendo que eu  não me aproxime, porque ele pode sucumbir a dor.

Dizem que mães tem a força de um leão pra proteger seus filhotes....estou alimentando 

minha alcateia pra não esmorecer.

Desistir não é uma opção, aliás, desconheço essa palavra.


O amor cura,  é meu mantra....e não vou parar até que seus olhos, tão lindos, voltem a 

brilhar, da mesma maneira de quando era um guri, meu guri, correndo pela casa, gritando 

de alegria com vontade de voar.