quarta-feira, 1 de novembro de 2017

O cavalete

Abri a página e não soube o que escrever

Fiquei olhando a tela....imaginando tanta coisa...mas os dedos travaram, a inspiração expirou, só aquela dor no estômago com um turbilhão de emoções lá dentro fazendo algazarra.

Tem dias que são mais fáceis....outros de uma dificuldade de tirar o fôlego e fazer pensar "que porra toda é essa?"

É difícil explicar o que se passa aqui dentro, vou plagiar e dizer: "é um inferno aqui dentro"

Tem tintas espalhadas pela casa toda...fazendo borrões e até misturas bonitas e únicas...os pincéis nem sempre ficam nos copos e o cavalete com a tela as vezes tomba. 

Dá vontade de chutar pra longe e mandar toda aquela arte pro porão....

Mas no porão ainda é a mesma casa...só mudou o cômodo e uma hora vou ter que arrumar tudo...até o porão....

Deixo ali no canto da sala. 

Passo todo dia pelo mesmo lugar. 

Olho e nem sempre consigo vislumbrar arte de verdade, apenas borrão....até que num dia qualquer (normalmente depois de noites mais calmas e em oração) assumo de novo o pincel e vou pincelando....

Ora com técnica, ora com emoção, confesso que muito mais com a emoção, e finalizo aquela pintura e estou pronta pra próxima.

Novas cores, nova tela, mas....presta atenção....O cavalete ainda é o mesmo, os pincéis eu lavo e renovo, mas o cavalete é sempre o mesmo....é o que sustenta toda obra, é o que me faz querer colocar mais e mais telas pra pintar, borrar...seja ló que for acontecer, mas o cavalete ainda estará lá...me inspirando, me instigando, me mantendo com vontade de pintar de novo.





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