quarta-feira, 13 de abril de 2011

Era uma vez...há 37 anos!!!

Eu tenho uma forte tendência a ser otimista, as vezes realmente parece que vivo no mundo fantasioso de Bob, mas eu prefiro pensar que da realidade eu extraio o que poderia ser melhor....

Ingenuidade...talvez....

Eu prefiro pensar que seja Fé, uma Fé inabalável, que supera as dificuldades, as maldades, que faz com que meu coração sofra, mas resista às influências negativas
a que somos suscetíveis todo santo dia.

Hoje especialmente eu me encho de esperança, de vontade , de achar que tudo pode ficar otimamente bem e me dá força pra fazer o meu melhor.

Hoje é meu aniversário!

Hoje eu renovo minhas energias astrais, eu revigoro meu espírito e alimento minha alma com a mais pura e forte esperança de tempos melhores.
Não só pra mim, mas pro mundo!
Eu rezo e peço a Deus que ilumine o coração das pessoas, que dê paz aos desesperados, que dê força aos deprimidos. E rezo mais ainda pra que essas pessoas saibam receber essas bênçãos divinas...porque sei que Deus está com elas....mas nem sempre elas estão com Deus!
Eu faço voz alta a Deus nesse momento, OBRIGADA por mais um ano de vida!

A meia noite do dia 13/04 meu filho me acordou me dando um pulão e um bjão de parabéns, isso me basta pra ser feliz...depois que ele voltou cambaleando de sono pra cama dele, eu fiquei pensando: OBRIGADA por essa benção e instantaneamente eu me abracei, me abracei e desejei a mim a sabedoria pra seguir em frente, tropeçando .... mas levantando, não atropelando ninguém, se eu tiver mérito em algo, que seja honroso, digno, que eu seja merecedora do amor, da paz, da saúde, do sorriso e até da lágrima dos meus dias. Que eu tenha paciência pra lidar com pessoas, principalmente com os meus, que são a prova do amor de Deus por mim.....se eu amo, como digo sempre que amo, não tenho o direito de julgar, criticar e tratar mal...mesmo que haja uma hora de sentimentos ruins...que eu saiba calar as palavras rudes e falar apenas o que puder criticar construindo e não destruindo emoções, sentimentos, sonhos.....
Que meus sonhos possam ser realizados, desde que eu saiba sonhar...que eu mereça então, um bom sono.
Que as pessoas quando se aproximarem de mim sintam prazer, sintam alegria...
Que eu seja merecedora da companhia dessas pessoas....

Obrigada Deus pelos anos divinos, pela memória que trago comigo, pelos sentimentos que cativei ao longo desses 37 anos e que eu possa atravessar muitos outros anos com essa mesma esperança que me move, essa mesma paixão que me alimenta a alma e me faz acreditar na vida!

Amém!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Solidão

Ouvi esse texto hoje pela manhã, bem cedo, vindo trabalhar. Mesmo dirigindo consegui "viajar" nas palavras e visualizar perfeitamente as cenas. Me vi sentanda no sofá de alguém que fomos visitar uma noite, eu estava de vestido xadrez, minha irmã ao meu lado, balançando as pernas no ar, esperando algo acontecer e daí o café...o bolo....


O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO

Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido.
Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando- nos e olhando a casa do tal compadre. . casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:
- Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
O café era apenas uma parte:
pães, bolo, queijo fresco, biscoitos, leite… tudo sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança… Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam…. era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade…
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores:
televisão, DVD, e-mail… Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
- Vamos marcar uma saída!… – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos, do leite…
Que saudade do compadre e da comadre!

( José Antônio Oliveira de Resende )