terça-feira, 15 de outubro de 2019

Dois pra lá... dois pra cá


Acho que agora eu esteja preparada pra conseguir escrever um texto a altura (ou talvez nunca esteja)

Tem emoções que fogem do controle de tal maneira que todas as inspirações de escrever vem juntas e em momentos inapropriados, aí fica tudo uma bagunça aqui dentro pra organizar as palavras, mas acho que nunca terei palavras o suficiente pra descrever esses últimos meses.

Sonhos a gente tem aos montes e a graça é ir tentando realiza-los.

Eu já quis ser muita coisa nessa vida... 

Já quis ser bailarina, já quis ser jogadora de vôlei, já quis ser fotógrafa, desenhista, pintora, cantora... 

Já quis ser enfermeira, médica... já quis ser médica veterinária e ... 

Parei de querer... fui dançando conforme a música, pois o baile não era só meu.

Dancei feliz

Bailei por vários salões, vários ritmos e eu gosto de dançar, cresci...

Muitas vezes a sapatilha apertou e fez calos, e sangrou meus pés... e eu continuei a dançar porque era o que tinha que ser feito.

Embalei... 

Embolei tules e tutus e entre os sonhos e mamadeiras rodopiei sorrindo, muitas vezes apenas com a boca, mas a maioria das vezes com a alma toda.

Até que o salão ficou vazio mais uma vez e dessa vez eu não sabia que ritmo dançar... mas como assim? Quem precisa de música pra dançar, nem de plateia, solta o corpo mulher!

Mas o corpo tava doendo e as sapatilhas foram encostadas na parede...e eu apenas andei pelo salão

Fucei meus sonhos... ele ainda tava lá... 

Ele, aquele desejo de menina (dentre tantos) ainda tava lá me olhando como criança danada esperando ser descoberta do esconderijo...

Abri a porta e a luz entrou... olhei pra baixo e ele tava lá sentadinho olhando pra mim como quem diz: me pega... é agora, demorou, mas é agora! E me sorriu... e eu sorri de volta e estendi a mão... ele nem pegou minha mão, pulou no meu colo e me agarrou de um jeito que me fez sair correndo atrás das minhas sapatilhas... o baile ia recomeçar.

Pega o tule, pega o lápis, o papel...

E eu saí desembestada, tropeçando, mas não deixei ele cair, ele já não estava mais só no meu colo... ele já fazia parte de mim... meu sonho... 

Minhas asas abertas, meu coração querendo sair do peito que fez transbordar pelos olhos e o sorriso que não parava de sorrir.

Ele já era eu e eu já era ele e no passo a passo, entramos num ritmo perfeito.

Eu sei que talvez pise no seu pé num samba ou numa gafieira, mas também sei que vamos nos enaltecer numa valsa ou numa salsa.

Ao fim do baile estaremos ofegantes, porém REALIZADOS!