Deito tarde da noite, os barulhos ainda existem, mas são
menores...adormeço
Sempre quis saber pra onde vamos quando dormimos.
Ouço ruídos, madrugada, nem tem luz
Mas os ruídos do dia começam
Tem um passarinho cantando, ainda existem passarinhos nessa
cidade de pedra
O gato espreguiça, desce da cama... ruídos suaves que só no
amanhecer bem cedo a gente escuta o gato andar
Vem um som de carro... e mais outro...agora um caminhão
Tem cachorro acordando também, atento ao som do vento...tudo
eles ouvem
Os ruídos vão aumentando... já é quase dia
Aí o som que faz tudo acontecer: o despertador
A hora passou desde o primeiro suave ruido, vem o despertar,
vem o bocejo, a torneira abrindo com água pra fazer o café, o gato já mia alto,
quer carinho, quer ração, quer tudo ao mesmo tempo, tropeço com ele enrodilhado
nos meus pés
Vem o outro alarme pra me fazer entender que não tem mais
como voltar pra cama, ou teria (?)
Vai se trocar, vai recolher a sujeira dos bichos, vai
terminar de coar o café, vai pegar a roupa que ficou no varal, vai pro banho, vai
preparar algo pra lanchar mais tarde, vai tentar ler as notícias do dia, tentar
ver o clima pra saber se vai chover, vai esfriar-esquentar ou tudo junto e
misturado num curto espaço de tempo
Vai...
Pára
Sem ruídos
Sem pressa
Só respira
Reza
Pensa nos que ama
Nos que estão perto, muito perto
Nos que estão longe, muito longe
Nos que não voltarão jamais
Nos que precisam de paz
Nos que precisam de saúde...
Reza
Agradece
... Vai