Enxurradas
Meus eus tantas vezes em conflito
Uns gritos
Uns sussurros
Risos e gargalhadas, ora de graça, ora forçadas
As vezes vêm do intimo
As vezes vem do nada
As vezes puxo na linha pra não perder a linha
As vezes não adianta
O choro que não vaza
Tem lágrima que fica encruada e alaga mais do que a
extravasada
Tem noite que vira dia na madrugada gelada
Tem dia que vira noite quando ainda é madrugada
Tem vezes que quero sentar na calçada, cansada... sento e
pulo para não ser tragada pela enxurrada da rua alagada que a lágrima encruada extravasou
O sorriso de canto e o balançar da cabeça ...
Os sussurros olham semi-cerrados o olhar no espelho
Tem tanta licença poética em mim
... mesmo quando tantos muitos julgam que não, eu digo sim
Sim para os meus eus que me constroem e reconstroem
Não tenho vergonha de nada
Com sussurros, gritos, sorrisos e lágrimas
Há o que ninguém tira de mim
A fé dos meus eus, enfim...