De tanto em tanto, um suspiro
Sem querer...ele vem
Tentando resgatar o ar perdido dentro do oco dos pensamentos
Perdidos
Do olhar parado
Da voz que cala
De tanto em tanto, subir a tona pra respirar
Das palavras que não cabem
Dos “e se”
Dos "Por quês"
Dos “não pode ser”
Das reticências que a vida fez com a ausência
Repentina
Estupida
De tanto em tanto, uma baforada de cigarro ao lado
Um choro abafado adiante, pelo abraço, pelo nó dos braços,
do nós que deixou de existir
Que ridícula a morte do nada
Estragou tudo
Rasgou em pedaços os planos, sem pudor algum
Sem se quer dar sinais
Fez o sorriso largo desaparecer do rosto
Fez o sorriso largo se perpetuar nas lembranças
Fez o aroma do strogonoff de cogumelos invadir as narinas...
Indelével
De tanto em tanto... o tanto da falta que farás.
(em memória Pati Augusta)