segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

50 tons.... minha opinião

Os 50 tons...



O assunto do momento é o livro, ou melhor, são os livros (trilogia) de E L James, 50Tons de cinza; 50 tons mais escuros e 50 tons de liberdade.

Há um temo eu ouço falar disso o tempo todo, as mulheres enlouquecidas pelo tal de Christian Grey. Eu já nem tinha mais assunto na rodinha de bate papo, não entendia do que elas tanto falavam...pois sim, resolvi entrar nesse universo quase que totalmente feminino (sim, alguns homens leram) e pedi emprestado o primeiro, para minha amiga Dyana. Todas as recomendações que ouvi foram: é de tirar o fôlego; você vai ficar subindo as paredes, você vai enlouquecer com tantas cenas picantes.

Ok, ok, calma aí gente, eu vou ler, vamos lá, quero experimentar isso aí que todas estão dizendo. Bora ler o 50 tons de cinza.

Peguei emprestado numa quinta, terminei numa segunda...5 dias, considerando que li algumas poucas horas por dia, nada de ficar o dia todo lendo, nem dava....são 450 páginas e minha visão se transformou completamente.

Eu pensei, não pode ser o mesmo livro que tanto falam ser pornográfico.

Ou eu sou muito, mas muito romântica, ou o livro não tem praticamente nada de pornográfico, erótico sim, mas ainda assim, nem de longe algo que faça “subir pelas paredes”. Vi sensualidade, erotismo, fetiches, sim...tem isso sim. Mas, pra quem já passou dos 35 e vai lembrar, nas bancas vendiam os romances “Sabrina”, “Bianca” e outros nomes que não me lembro, mas me lembro bem que eram muito mais eróticos que isso no 50 tons...Até Nelson Rodrigues consegue ser mais erótico, e talvez até pornográfico, que o livro. Sim, ah sim.

O livro me fez chorar diversas vezes...e me disseram que esse nem é o mais mais...vou me debulhar em lágrimas nos próximos.

Então, eu repito, devo ser muito romântica pra ter tido uma visão diferente das demais leitoras.

É romance puro, um romance lindo, um amor, uma entrega, uma paixão, conflitos emocionais....nossa...ele ser sádico é o de menos na história, ou de mais, justamente por ser quase um paradoxo de emoções...como um cara sádico pode ser romântico, carente, inseguro? Sim, é isso que o tal Christian Grey é! Um homem frágil emocionalmente, carente de amor, carente de sentimento. Por trás dos belos olhos cinza que a escritora descreve, há um homem sensível que se apaixona e não sabe lidar com isso, não tem noção de como é amar e é esse o ponto pra mim. Me senti sensibilizada com a história, pelo menos nesse primeiro livro, por perceber que há vários Christians Greys espalhados por aí. Eu mesma conheço um tanto. As pessoas são carentes e de certa forma se escondem por trás de uma máscara, fingindo ser independentes emocionalmente; Fingem que não precisam de nada, nem de ninguém porque a carência de amor é tão absurda! As pessoas tem medo de demonstrar o que sentem porque não sabem como o outro vai reagir, se vai reagir bem ou não. E é nesse não reagir bem que se agarram e se protegem com uma carcaça dura que não deixa passar nada de sentimento. E isso vira uma bola de neve. Um se protegendo do outro e não deixando entrar nem um tiquinho de amor, nada, todas as frestas fechadas....

E quando encontram alguém que reage bem...não sabem como fazer... e o amor se banaliza, escorre pelos vãos e a possibilidade de viver uma grande história, vai por água abaixo....

Bem, há ainda uma chance de Christian Grey aprender, é ficção....tudo é possível.

Dera fosse assim aqui desse lado de fora do livro e a gente não precisasse sofrer tanto pra aprender...

Amar me parece tão simples....