quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Água

 E quando a agua do chuveiro escorre salgada pelo corpo

Lava a alma

Leva  o peso do que sai de dentro

Escorre e escancara os desesperos escondidos do dia

Rola pelo ralo... se perde no esgoto todo o escuro do medo, da incerteza, da tristeza

Faz seu curso de lavar e levar

O suspiro reverbera

O grito silencioso ecoa

A agua que jorra dos olhos, rasga a pele e mistura ... revira... debulha...

Que muitas vezes nos ajoelha

Nos recosta a cabeça no azulejo

Que cerra os punhos

Que cessa

Que recomeça

Que finda

Que infinita

A agua

Desobstrui os poros

Acelera os batimentos

Provoca apneias

E depois... sossega

Cala e acalma

A agua