segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Onze Gatos


Tenho dores na minha alma

Suspiros intermináveis

Vontades de ociosidade de viver...pausei

Queria o sopro de uma adivinhação

Uma previa de futuro pra saber dos por quês

O acordar sem saber

... a vida muda num instante, muito mais rápido do que uma fração de segundos

Um suspiro, um espirro, uma sílaba do seu nome e tudo já não é mais

Essa mania da vida querendo dizer algo

E a gente jamais consegue decifrar o enigma

Vivemos em vertigem, sabemos dos abismos, mas nunca estamos preparados pra voar

E somos empurrados pelo precipício de emoções

Uma queda livre

Deus, onde está sua mão?

Onde estão os nós desatados, atados em laços que parecem que nunca irão 
desenlaçar...mas esticam em seu limite?

Milhões de pensamentos invadindo a mente, perturbando o sono

Os sonhos esparramados no chão....

Estilhaços de um coração

Tanto faz se é dia...

É tudo escuridão

Flashes...

A corda do balde do poço quase não alcança a água

E seca a garganta

Dói quando engole, arranha o choro, esfarela o corpo e o vento leva

Seca....

Pingos de chuva na imensidão de um deserto, me confortam... 

Quero os rios e lagos, mas agora, exatamente agora, me refaço nos pingos

Deixo a chuva chegar de mansinho... 

Regar a alma enrugada de tristeza..

Esperar o temporal...

 É hora de deixar a chuva encher o poço

Escolho não morrer de sede

Dois copos a espera pra brindar


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