sexta-feira, 13 de março de 2009

A janelinha por favor!

Eu tenho andado sem tempo pra quase nada que é meu, correndo pra lá e pra cá sempre pra resolver uma coisa ou outra, é trabalho, é sujeira de gato,é cachorro pra castrar, é carro no mecânico, é presente pra um, é um corre-corre danado a semana toda, daí vem o sábado e o domingo e eu não consigo ficar sem fazer nada, é uma hora cada coisa e .... já estamos em março, terceiro mês do ano, praticamente no meio do mês...e ...??

Recebi um email ontem da minha amiga Catia (ela sempre na minha vida..rs..) e parei pra ler...mas comecei a ler tão rápido pra acabar logo que qdo percebi não tinha entendido lhufas do que tava dizendo e respirei fundo e reli..., eis o email, uma crônica do sempre excelente Alexandre Garcia:

“Era criança quando, pela primeira vez, entrei em um avião.A ansiedade de voar era enorme.Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar ov??o desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cadavez mais rápido até a decolagem.Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens,chegando ao céu azul.Tudo era novidade e fantasia..Cresci, me formei, e comecei a trabalhar. No meu trabalho, desde oinício, voar era uma necessidade constante.As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, aestar em dois lugares num mesmo dia.No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhosde menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava dees perar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa etal.O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão deme sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidadesabaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse.Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápidoe sair rápido.As poltronas do corredor agora eram exigência . Mais fáceis para sairsem ter que esperar ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora,com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem,comigo mesmo.Por um desses maravilhosos 'acasos' do destino, estava eu louco paravoltar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitibao mais rápido possível.O v??o estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, naúltima poltrona.Sem pensar concordei de imediato, peguei meu bilhete e fui pa ra o embarque.Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela.Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não mepreocupava em olhar.E, num rompante, assim que o avião decolou, lembrei-me da primeira vezque voara.Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga.Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pelachuva, apareceu o céu.Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, quebrilhava como se tivesse acabado de nascer.Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estavadeixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquelavista.Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minhavida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, porexemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu casamen to, do
meu trabalho e convívio pessoal?Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pelajanela da nossa vida.A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos oque há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias,tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos.Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar,sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas quea viagem nos oferece.Se você também está num ritmo acelerado, pedindo sempre poltronas docorredor, para embarcar e desembarcar rápido e 'ganhar tempo', pare umpouco e reflita sobre aonde você quer chegar.A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não éanunciada pelo comandante.Não sabemos quanto tempo ainda nos resta.Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não p erdernenhum detalhe.Afinal, 'a vida, a felicidade e a paz são caminhos e não destinos”.

Então...acho que dispensa comentários. Eu que sempre fui tão apaixonada pelos dias, lendo outdoor na rua, lendo placas de sinalização...também corro e perco a janelinha as vezes...o bom é que tem sempre alguém que me faz despertar e me faz puxar o freio de mão...anjos que vem pra abrir nossos olhos e coração...amigos são o que afinal? Anjos!
Obrigada Cá!

Um comentário:

Anônimo disse...

Você como sempre... fazendo me emocionar... Sempre q leio o q vc escreve, me renovo...
E vc tem razão, às vezes perdemos a janelinhas e deixamos de enxergar o que realmente interessa, mas como você disse também... Quem tem amigos, tem anjos próximos...

Obrigada também Amiga, vc é muito importante em minha vida!!!

Beijos...

Te adoro...