sexta-feira, 12 de março de 2010

O caderno de poesia

Era só um caderno de poesias, nada mais.
Pra poder ler quando estivesse velhinha
Pra relembrar as coisas gostosas
O tempo do relógio que não pára mas que pára pra eu recordar
O sorriso
A gargalhada
Os primeiros passos
O choro
A birra
O soninho no colo
A canção de ninar
Um caderno que eu pudesse suspirar quando abrisse em qualquer folha
Aquela letrinha meio em construção
Imaginando o que ele pensou quando escreveu, as vezes contrariado porque não gostava de escrever.
Um caderno pra eu sentar no quinta, num fim de tarde;
Pra quando as cortinas estivessem quase fechadas, mas ainda pudesse sentir um raio de sol.
Um caderno pra quando ele viesse me visitar eu pudesse mostrar aos seus filhos o presente lindo que ele me deu.
Era só um caderno de poesia, nada de mais.

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