Eu tinha um outro texto em mente,
mas vou deixar no rascunho pra escrever sobre umas pessoas que conheço, na
verdade, um “projeto” do qual faço parte, através de umas pessoas que conheço.
É que está fresquinho na minha
mente, pois ontem tivemos mais um encontro e, apesar de eu não ter feito o
ciclo completo, posso afirmar que foi mais um encontro de sucesso e benção.
Ontem o grupo AMEN esteve reunido
mais uma vez para praticar o bem, a caridade e aprender mais sobre a vida.
Antes que eu me estenda, o grupo
AMEN é um grupo formado por pessoas comuns, trabalhadores, donas de casa,
estudantes. Pessoas que foram se conhecendo e se juntando para praticar a
caridade.
Durante o ano todo esse grupo,
liderado por duas lindas amigas, corre literalmente atrás de empresas que
possam colaborar com doações ou vendas mais em conta de produtos alimentícios
como , frutas, doces, refrigerantes, etc e assim, junto com a Churrascaria Boi
1000, fazer parte de um grande evento nos meados de dezembro de cada ano.
São feitas cotações, contatos,
reuniões para tentarmos angariar mais fundos e aumentarmos o número de pessoas
as serem beneficiadas.
Esse ano conseguimos 500
sacolinhas de comida. Dentro dessa sacolinha foram postos doces, bolachas,
frutas, refrigerante, pão e marmita beeeeem recheada. Eu estava lá mais uma
vez, graças a Deus.
A linha de produção é divertida,
é tanta gente querendo ajudar que às vezes fica bagunçado, mas uma bagunça que
dá riso durante e depois. Uma mão passando pela outra, uma sacolaiada sendo
aberta e voando no estacionamento, um forró bodó engraçado de pessoas unidas
para ajudar desconhecidos. Deixando seus compromissos de lado, família, lazer
para ajudar pessoas que estão “escondidas” pela capa de invisibilidade.
Às margens da sociedade por N
motivos que não posso descrever aqui, mas que toca esse grupo de pessoas e nos
faz acreditar que sempre há uma esperança, sempre há um algo a se fazer. E
fazemos...e ainda é pouco...e ainda há muito que pode ser feito.
De grão em grão conseguimos
juntar recursos para alimentar 500 pessoas ontem.
500 pessoas que não conhecemos,
que não sabemos dos motivos para estarem ali, debaixo de árvores, numa praça ao
léo, em escadarias de igrejas ou pátios de escolas, ou praças com diversos
cheiros, com diversas cores e rostos que provavelmente não veremos mais.
500 bocas famintas, que muitas
vezes oram por aquele milagre, ou muitas outras xingam e maldizem a vida, ou
que fumam maconha ou que bebem a água da fonte do centro da cidade.
Pessoas que não temos o direito
de dizer se merecem ou não aquele alimento, não nos cabe julgar. A nós, meros
mortais, cabe apenas a tentativa de alimentar não só os corpos, mas também a
alma dessas pessoas.
É quando nós devemos nos despir
de orgulhos, arrogâncias, soberbas para vesti-los de esperança, alegria, fé.
É quando devemos agradecer pelo
que somos e não pelo que temos.
É quando a tristeza toca nosso
coração diante de uma mãe alcoolizada segurando seu bebê de dias; é quando
nosso coração toca o corpo inteiro diante de um homem que eleva seus braços
agradecendo por não passar mais uma noite sem comer.
Diante de nós, pessoas comuns,
seres que sequer conhecemos , que talvez jamais vejamos novamente, que descortinam
nossa visão muitas vezes pequena, mesquinha, materialista, egoísta...
Todos somos seres em construção. E com eles aprendemos que é preciso tirar os óculos escuros da vaidade e com
isso nos permitir a evoluir no amor, na crença (seja ela qual for), na
esperança e na fé.
Obrigada AMEN!
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