Tem coisa que só sai da gente por escrito...
Não adianta tentar sacudir, virar de cabeça pra baixo, dar
tapinha ou tapão nas costas, usar da metodologia do choque, do castigo, do
susto...pelo menos não pra mim.
Não funciono...travo...o lábio afina (dizem)
E cala tudo...não pra tudo.
Tem vezes que sai, gaguejando, mas sai.
E não por medo, não
por não saber o que dizer, não por não ter conhecimento de causa, não por não
saber dizer...mas porque a emoção é mais rápida do que a boca, as palavras
atropelam, embaralham.
Sei defender cada poro das minhas ideias...mas as vezes, não
sei dizer.
Assim como sei defender todos que amo, sou boa de briga, se
machucar alguém “meu”, eu machuco dez vezes mais...engraçado é que nem sempre
consigo aplicar isso pra mim, ainda mais quando quem
cutuca, é quem eu amo.
Deixo cutucar...não sempre.
Como dizia uma amiga de juventude: cara, eu não sei “brigar
por mim” como você briga (por ela).
E de não saber e quando saber por mim...tem coisa que só sai
por escrito.
Tem coisa que jorra...tem coisa que faz sentido...tem coisa
que faz rima...tem coisa que só eu entendo...tem coisa que ninguém – nem eu –
entende, tem coisa que gente alguma faz ideia.
Meu sangue esquenta, meu pavio encurta, minhas
gotas se tornam rios, minhas ondas se tornam tsunamis....Eu tenho enchentes que
podem ser devastadoras, não dispenso uma chuva.
As vezes eu absorvo a água...bebo ou me refresco, ou guardo
em baldes....outras vezes eu desperdiço...
E uso a licença poética pra dizer coisas que só por escrito
saem de mim.
A verdade é que não me importo com o que dizem sobre mim,
porque de mim tem coisa que só sai por escrito...quando eu quero escrever.
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