sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Alma escrita

Tem coisa que só sai da gente por escrito...

Não adianta tentar sacudir, virar de cabeça pra baixo, dar tapinha ou tapão nas costas, usar da metodologia do choque, do castigo, do susto...pelo menos não pra mim.
Não funciono...travo...o lábio afina (dizem)

E cala tudo...não pra tudo.

Tem vezes que sai, gaguejando, mas sai. 
E não por medo, não por não saber o que dizer, não por não ter conhecimento de causa, não por não saber dizer...mas porque a emoção é mais rápida do que a boca, as palavras atropelam, embaralham.

Sei defender cada poro das minhas ideias...mas as vezes, não sei dizer.

Assim como sei defender todos que amo, sou boa de briga, se machucar alguém “meu”, eu machuco dez vezes mais...engraçado é que nem sempre consigo aplicar isso pra mim, ainda mais quando quem cutuca, é quem eu amo.
Deixo cutucar...não sempre.

Como dizia uma amiga de juventude: cara, eu não sei “brigar por mim” como você briga (por ela).

E de não saber e quando saber por mim...tem coisa que só sai por escrito.

Tem coisa que jorra...tem coisa que faz sentido...tem coisa que faz rima...tem coisa que só eu entendo...tem coisa que ninguém – nem eu – entende, tem coisa que gente alguma faz ideia.

Meu sangue esquenta, meu pavio encurta, minhas gotas se tornam rios, minhas ondas se tornam tsunamis....Eu tenho enchentes que podem ser devastadoras, não dispenso uma chuva.
As vezes eu absorvo a água...bebo ou me refresco, ou guardo em baldes....outras vezes eu desperdiço...

E uso a licença poética pra dizer coisas que só por escrito saem de mim.

A verdade é que não me importo com o que dizem sobre mim, porque de mim tem coisa que só sai por escrito...quando eu quero escrever.




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