quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Quando a voz cala

Triste triste triste.

Meu coração está bem triste pela perda de um ser humano que sequer conheci e nem teria a chance de conhecer. Difícil eu me lamentar por perdas de artistas, mas dessa vez eu senti muita tristeza de ver que o ator Robin Willians morreu.

Acho que, mais por estarem cogitando suicídio, depressão...as causas serão eternamente um mistério, apesar de logo logo declararem a causa mortis devido à necropsia.
Enfim, me entristeceu o coração de ver um artista que alegrava tanto, perder a vida num instante.

Eu passei por uma depressão, eu sei o quanto é difícil você não ter vontade de levantar da cama, escovar os dentes, comer, trocar de roupa..
Eu sei o quanto é difícil ouvir das pessoas “levanta, você tem que reagir” quando a gente só quer mesmo é que tudo se resolva como num passe de mágica.

Claro que não é comparável a minha com a dele, que o levou a um ato desses, mas a verdade é que, em maior ou menor grau, depressão é algo que não se cura com uma varinha de condão.
A gente ouve, agradece, tenta, mas algo maior te segura pra baixo.

Lembro de ouvir diversas vezes que aquilo era frescura e desejava que a pessoa sentisse um mínimo possível pra tentar entender o que se passava dentro de mim.
Não sei se existe frescura nesses casos, o meu não era.

Depressão pós-parto é uma das coisas mais loucas que já senti. Era o amor pelo meu filho e o desamor por tudo ao redor, inclusive por mim.
Diagnosticada pelo médico, prescrita a receita e ainda assim, não ter apoio de muitos.
Colocar meu filho pra mamar no peito e ao mesmo tempo puxar os próprios cabelos e chorar desesperada querendo que aquilo passasse. Uma mistura de culpa e desespero por sentir algo que não deveria afinal, era meu filho.

Sem churumelas, nem vitimização, mas o fato é que a sensação era horrível por diversos motivos e culpa, era um deles.
Culpa por não estar feliz, mas eu estava...claro que estava. Uma impotência emocional avassaladora.

Com o passar dos dias e o pijama quase virando uma segunda pele....a fé foi me tirando dali daquele fundo de poço.
Comecei a sair da inércia....do ostracismo e fui procurando respirar de novo.
Um processo lento, dolorido, cheio de rupturas que me trouxeram a tona.

Uma pena alguém chegar onde esse ator chegou. Mas com isso não se brinca, não se zomba nem se faz de conta que não existe. Eu pedi ajuda, tive de quem precisava ter, e de remédios receitados devidamente. Eu tive fé não sei de onde e consegui.

Não sei se todos passam pelo mesmo processo, não sei se todas as depressões (se é que tem diferentes tipos) são dessa forma, mas a sensação é horrível.

(suspiro)...triste, triste, triste.
Que ele encontre o bom caminho.

E que aqueles que sintam a depressão, consigam pedir ajuda...e aos que forem solicitada a ajuda...ajudem!


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