Triste triste triste.
Meu coração está bem triste pela perda de um ser humano que
sequer conheci e nem teria a chance de conhecer. Difícil eu me lamentar por
perdas de artistas, mas dessa vez eu senti muita tristeza de ver que o ator
Robin Willians morreu.
Acho que, mais por estarem cogitando suicídio,
depressão...as causas serão eternamente um mistério, apesar de logo logo
declararem a causa mortis devido à necropsia.
Enfim, me entristeceu o coração de ver um artista que
alegrava tanto, perder a vida num instante.
Eu passei por uma depressão, eu sei o quanto é difícil você não ter vontade de levantar da cama, escovar os dentes, comer, trocar de roupa..
Eu sei o quanto é difícil ouvir das pessoas “levanta, você tem
que reagir” quando a gente só quer mesmo é que tudo se resolva como num passe
de mágica.
Claro que não é comparável a minha com a dele, que o levou a
um ato desses, mas a verdade é que, em maior ou menor grau, depressão é algo que
não se cura com uma varinha de condão.
A gente ouve, agradece, tenta, mas algo maior te segura pra
baixo.
Lembro de ouvir diversas vezes que aquilo era frescura e
desejava que a pessoa sentisse um mínimo possível pra tentar entender o que se
passava dentro de mim.
Não sei se existe frescura nesses casos, o meu não era.
Depressão pós-parto é uma das coisas mais loucas que já
senti. Era o amor pelo meu filho e o desamor por tudo ao redor, inclusive por
mim.
Diagnosticada pelo médico, prescrita a receita e ainda assim,
não ter apoio de muitos.
Colocar meu filho pra mamar no peito e ao mesmo tempo puxar
os próprios cabelos e chorar desesperada querendo que aquilo passasse. Uma
mistura de culpa e desespero por sentir algo que não deveria afinal, era meu
filho.
Sem churumelas, nem vitimização, mas o fato é que a sensação
era horrível por diversos motivos e culpa, era um deles.
Culpa por não estar feliz, mas eu estava...claro que estava.
Uma impotência emocional avassaladora.
Com o passar dos dias e o pijama quase virando uma segunda
pele....a fé foi me tirando dali daquele fundo de poço.
Comecei a sair da inércia....do ostracismo e fui procurando
respirar de novo.
Um processo lento, dolorido, cheio de rupturas que me
trouxeram a tona.
Uma pena alguém chegar onde esse ator chegou. Mas com isso
não se brinca, não se zomba nem se faz de conta que não existe. Eu pedi ajuda,
tive de quem precisava ter, e de remédios receitados devidamente. Eu tive fé
não sei de onde e consegui.
Não sei se todos passam pelo mesmo processo, não sei se
todas as depressões (se é que tem diferentes tipos) são dessa forma, mas a
sensação é horrível.
(suspiro)...triste, triste, triste.
Que ele encontre o bom caminho.
E que aqueles que sintam a depressão, consigam pedir
ajuda...e aos que forem solicitada a ajuda...ajudem!
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