quinta-feira, 29 de abril de 2010

Batatinha quando nasce.....

Quando eu era criança eu queria ser bailarina.
Depois cresci um pouco e queria ser professora, mas já tinha tomado gosto pela dança e, não virei bailarina, mas virei pé de valsa.
Após o surto de ser professora, graças a Deus passou, eu inventei de ser policial, piloto de corrida, patinadora, skatista, modelo e manequim...fui lá, fiz aula, desfilei, fotografei, participei de concurso, fiz book, aprendi a maquiar, fiquei vaidosa, aprendi a andar sem jogar os braços lá na frente mas não tive investimento suficiente; Quis ser cantora...ah que delícia era cantar, subir no palco e soltar a voz, afinadíssima, tudo a ver, e ainda podia praticar a dança..perfeito mas...o cachê não veio, a banda desfez-se num acidente e a cantoria foi pra debaixo do chuveiro e pro karaokê; Daí pensei em ser jogadora de vôlei ..hum, desse eu gostei muito e me saí bem, depois resolvi ser fotógrafa, trabalhei num estúdio, conheci gente interessante e ganhei uma gastrite....
Depois resolvi que era hora de estudar algo sério, ia fazer faculdade, isso, fui pro cursinho, levantava cedo pra karamba pra trabalhar, ia estudar e voltava pra casa um caco, mas valeu a pena, passei pro curso de Propaganda e Marketing do Mackenzie, olha só que chique, MACK...sonho de consumo mas.....Optei por ter meu filho, resultado da faculdade numa mão, teste de gravidez na outra e uma ligação a cobrar do orelhão pra minha mãe.
Me formei em psicologia infantil...engoli livros e mais livros de educação, inteligência emocional, espiritual, auto-estima do seu filho, como criar meninos, quem ama educa, dizer não é necessário e muitos outros livros com os quais eu procurei me atualizar no mercado da maternidade. Fora os de saúde, puxa, me tornei uma médica por vocação emocional – essa sim era minha verdadeira vocação profissional.
Durante anos corri atrás de realizações e me realizei em tudo que fiz.
Não sou engenheira, não sou médica (infelizmente), não sou astronauta.
Meu inglês é envergonhado, meu italiano é safado. Enrolo o que posso e engano meu cérebro...esse aliás é muito bem aproveitado.
Sou secretária por profissão, gestora por formação e mãe por emoção.
Sou filha por Divindade, sou irmã por igualdade, sou amiga por escolhas.
Não sou perfeita, ainda bem. Não tenho grandes compromissos, minha vida não é glamourosa, minha agenda não é lotada, não assino contratos milionários, nem vou ao shopping todo final de semana gastar meu rico dinheirinho.
Divido meu tempo entre família, casa , trabalho, amigos.
Bem, dentre esses eu posso dizer: cinema, baladinhas, almoços divertidos com direito a jogar futebol, imagem & ação, detetive, sentar no chão, rolar na grama, correr do cachorro, comer churros, tomar água de coco, assistir filme de terror tapando os olhos com as mãos, dar bronca em filho porque ta demorando muito no chuveiro, ajudar no trabalho de português e artes, ficar maluca com as contas de matemática, colocar capim santo pra gata comer, sair catando meia que a mesma gata arrancou do cesto de roupa suja e catar as bolinhas de papel que ela esconde embaixo da pia, embaixo da cama, da geladeira.
Também posso dizer que tenho que dar conta de pintar a parede do quarto, arrumar a lâmpada da cozinha, procurar um sofá baratinho pra comprar com a amiga (nem ela nem eu temos espaço pra um conjunto completo, ela fica com o de 3 e eu fico com o de 2 lugares).
Tenho que levar o carro pra oficina, por conta da bendita batida que me deram.
Tenho que ir ao supermercado comprar leite e outras coisas pra alimentar meu adolescente faminto.
Às vezes eu leio um livro, comecei um há tempos e ainda não cheguei nem na metade.
E tudo isso com bom humor porque se ficar mal humorada tudo fica mais difícil, as pessoas não colaboram, o filho fica mais rebelde, a gata morde meu dedão do pé.
Ainda tenho vontade de fazer tantas coisas....
- Um curso de mecânica de carros, um curso de estética facial, massagem (eu já fiz um), voar de asa delta, pular de pára-quedas.

Minha vida é simples, nada de muita frescura, pesquiso os preços e controlo o cartão.
Quando consigo parar pra pensar na vida.....bem, não penso muito...eu vou vivendo, vivo de emoções, boas ou não tão boas, mas necessárias pra saber diferenciar uma da outra.
Tenho medos, orgulho e amor...muito amor pela vida.
Não tenho grandes ambições, minha maior é de ser feliz e fazer feliz quem estiver perto...isso já é bem difícil hoje em dia.

Bem, deixa eu voltar pra minha planilha, o chefe vai pedir mais tarde e depois preciso pesquisar o preço de telha...acredita que uma lá de casa quebrou e tá escorrendo água na parede do quarto??? Haja!

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